Dados do Trabalho

Título

Leishmaniose Visceral em Transplante Hepático: Relato de Caso

Introdução

Embora existam estudos demonstrando uma alta prevalência de infecção por Leishmania spp. em receptores de transplante hepático assintomáticos, provenientes de região endêmica, existem poucos casos relatados de leishmaniose visceral nestes pacientes. Nos casos relatados, a infecção habitualmente ocorre mais de 6 meses após o transplante. Relatamos o caso de um paciente submetido a transplante de fígado que manifestou um quadro grave de leishmaniose visceral, 2 meses após o transplante.

Material e Método

Revisão de prontuário.

Resultados

Paciente de 61 anos, sexo masculino, natural e procedente do interior do estado de Goiás, portador de cirrose alcoólica e hepatocarcinoma dentro dos critérios de Milão e com presença de encefalopatia hepática e ascite. Apresentava no momento do transplante escore de Model for End-Stage Liver Disease (MELD) de 15, e escore de Child-Pugh de 11 (C). Foi submetido a transplante hepático cadavérico sem intercorrências. Apresentou boa evolução pós-operatória, recebendo alta hospitalar no 13 dia pós-operatório (PO). Retornou ao pronto-socorro no 60 PO com quadro de icterícia e astenia. Foi submetido a biópsia hepática, que revelou rejeição aguda moderada. Realizou pulsoterapia com metilprednisolona, com melhora progressiva dos marcardores de colestase, porém após 15 dias apresentou febre. Após extensa investigação do foco infeccioso, realizou aspirado de medula que revelou leishmaniose visceral. O paciente foi tratado com anfotericina B lipossomal por 17 dias, porém evoluiu com quadro de sepse de foco pulmonar e óbito.

Discussão e Conclusões

A leishmaniose visceral é uma infecção de alta gravidade e difícil diagnóstico em pacientes transplantados, sendo necessário um alto índice de suspeita clínica em pacientes provenientes de regiões endêmicas para início precoce do tratamento.

Palavras Chave

Leishmaniose; fígado.