Dados do Trabalho

Título

SENSIBILIZAÇÃO EM LISTA DE ESPERA PARA TRANSPLANTE RENAL. ANÁLISE DE UM GRANDE REGISTRO NACIONAL COM MAIS DE 50.000 PACIENTES

Introdução

Há tendência a acúmulo de pacientes sensibilizados em lista de espera de transplante renal(TR) nos registros internacionais, mas escassez de dados nacionais ou análises de grandes registros brasileiros.

Material e Método

Analisaram-se retrospectivamente todos os pacientes inscritos na lista de espera para TR do estado de SP entre ano de 2000 a 2017. Os pacientes foram distribuídos em quatro grupos de acordo com o grau de sensibilização, expresso pelo painel de reatividade antigênica(PRA), sendo: Grupo 1: PRA=0; Grupo 2: PRA >0-40%; Grupo 3:PRA>40%-80%; Grupo 4:PRA>80%-100%.

Resultados

No período analisado, 54.055 pacientes foram inscritos para TR no estado de SP. Excluiram-se 1362 pacientes priorizados da análise, restando 52.693 pacientes estudados. Destes, 37.904(72%) incluídos no Grupo 1, 6.937(13,2%) no Grupo 2, 3.640(7%) no Grupo 3 e 4.012(7,8%) no Grupo 4. Do Grupo 1 até o 4, observou-se aumento do sexo feminino de 31,6% a 72,5%; transfusão sanguínea prévia de 30% a 54,3%; gestação prévia de 56,6% a 71,8%; TR prévio de 8,5% a 33,4%; necessidade de priorização de 1,8% a 6,3%, todos estatisticamente significantes a valores crescentes (p<0,0001). Do grupo 1 a 4, observou-se que a mediana de tempo em diálise subiu de 40 a 64,4 meses; mediana de tempo em fila de 23,5 a 33,2 meses; mortalidade em fila após 10 anos de 51,8% a 64,3% e transplantabilidade em 5 anos com queda de 38,8% para 13,6%, todos com p<0,0001.

Discussão e Conclusões

Confirmou-se com dados nacionais de grande registro que pacientes hipersensibilizados são predominantemente mulheres, com maior antecedentes de gestação, transfusão e transplantes. Tais pacientes requerem maior necessidade de priorização, maior tempo em diálise e em lista de espera e apresentam menor transplantabilidade e maior mortalidade na fila.

Palavras Chave

Transplante Renal, Sensibilização