Dados do Trabalho

Título

Incidência de não-funcionamento primário do enxerto em 63 transplantes hepáticos

Introdução

A disfunção primária do enxerto hepático é importante causa de falência do transplante e de complicações pós-operatórias, com elevada taxa de morbimortalidade ocorrendo em até 38,7% dos transplantes hepáticos. Apresenta-se de duas formas: disfunção precoce do enxerto com alterações clínicas e laboratoriais transitórias, e o não-funcionamento primário, que leva à perda do enxerto e necessidade de retransplante urgente, com uma taxa de incidência de 0,9% a 8,5%.

Material e Método

Análise retrospectiva, por meio de prontuário eletrônico, de 63 transplantes hepáticos ortotópicos em 58 pacientes, no período de 20/09/2017 a 02/04/2019. A técnica cirúrgica utilizada foi a piggyback, com solução de preservação Histadina/ Triptofano/ Alfa cetoglutarato – HTK (Custodiol ® ). O critério utilizado para disfunção primária do enxerto foi: bilirrubina ≥10mg/dL no sétimo dia; INR ≥1,6 no sétimo dia; ALT ou AST >2.000UI/L até o sétimo dia) e para o não funcionamento foi:
função hepática incompatível com a vida com necessidade de retransplante ou evolução ao óbito do paciente antes do sétimo dia), tendo sido aplicados após serem excluídas demais causas.

Resultados

Do total de transplantes inclusos no estudo, a taxa de disfunção primária do enxerto foi de 14,2% (9 casos), sendo 2 casos (3,1%) de não-funcionamento primário do enxerto, sendo que 1 dos casos ocorreu após re-transplante.

Discussão e Conclusões

Existe uma série de fatores que influenciam na ocorrência de disfunção primária e de não-funcionamento primário do enxerto hepático, podendo estar relacionados ao doador, ao procedimento e ao receptor. Concluímos que nossa taxa de disfunção primária do enxerto embora menor que a média apresentada na literatura médica, a taxa de não-funcionamento primário foi mais elevada.

Palavras Chave

Transplante de fígado, Complicações, Não funcionamento primário