Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE DO PERFIL MORFOLÓGICO DE PACIENTES COM REJEIÇÃO AGUDA PÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO E CORRELAÇÃO CLÍNICO-LABORATORIAL

Introdução

A rejeição aguda no enxerto hepático ocorre em dias, meses ou anos pós transplante e sua forma grave têm sido associada a componente humoral, o qual ainda não apresenta achados histológicos bem definidos. Este estudo busca entender os mecanismos de rejeição aguda e comportamento clínico-patológico, a fim de fornecer informações relevantes para prognóstico e conduta.

Material e Método

Estudo retrospectivo, longitudinal e investigativo. Levantamento dos casos de rejeição aguda entre 2010 a 2015, com revisão histológica e correlação clínico-laboratorial.

Resultados

238 transplantados e 16,7% com rejeição aguda. Destes, 68,4% do sexo masculino, 89,2% com mais de 40 anos e 32,5% com carcinoma hepatocelular. A média de ALT, AST, fosfatase alcalina e bilirrubinas foi 222, 419, 396 e 14,1 (mg/dL), respectivamente. Correlação significativa entre maiores índices de rejeição e endotelite, agressão ao epitélio ductal, plasmócitos, colestase canalicular, edema portal, atividade de interface, fibrose e necrose lobular. Diferença significativa entre óbito e maiores níveis de bilirrubinas e menor frequência de atividade de interface.

Discussão e Conclusões

A rejeição no enxerto hepático é menos comum do que em outros órgãos sólidos, porém alguns pacientes evoluem desfavoravelmente. Endotelite e agressão ductal são descritas em rejeição celular aguda, mas a correlação significativa entre plasmócitos e maiores índices de rejeição pode favorecer a presença de componente humoral. A associação entre maiores índices de bilirrubinas e óbito pode estar relacionada à colangite lenta, em contexto de choque. Assim, os resultados condizem com a literatura e parecem também apontar mecanismos distintos sobre a fisiopatogênese enxerto-hospedeiro e suas manifestações clínico-patológicas.

Palavras Chave

Transplante hepático. Rejeição aguda. Perfil morfológico.