Dados do Trabalho

Título

Composição corporal e sua relação com desfechos do transplante renal

Introdução

O transplante renal (TxR) é a melhor alternativa terapêutica para os pacientes em estágio final da doença renal crônica. Para que o TxR seja realizado, são definidas avaliações com o intuito de minimizar desfechos desfavoráveis. A avaliação do estado nutricional deveria ser melhor explorada, visto que os extremos de diagnóstico nutricional podem interferir nos desfechos do TxR.

Material e Método

Trata-se de estudo prospectivo observacional, que incluiu pacientes com idade ≥ 18 anos. Na admissão para o TxR, foram coletados dados demográficos, clínicos e realizada a avaliação da composição corporal por aparelho de bioimpedância. Três meses após, avaliou-se desfechos infecciosos e não infecciosos. A análise estatística foi realizada através de modelos de regressão logística.

Resultados

Foram incluídos 77 pacientes. Predominaram pacientes com porcentagem de gordura corporal alta (68,8%), área de gordura visceral elevada (52,0%) e circunferência de cintura (CC) elevada (54,5%). A quantidade de massa magra mostrou-se baixa em 18,2% dos pacientes. A chance de ocorrerem complicações cirúrgicas foi maior em pacientes com quantidade de massa magra baixa (OR = 3,333; IC 95%: 1,013-10,971; p = 0,048). A CC elevada associou-se à maior ocorrência de infecção do trato urinário (OR = 2,778; IC95%: 1,030–7,547; p = 0,044) e à menor taxa de filtração glomerular ao final do seguimento (OR = 3,939; IC 95%: 1,443–10,757; p = 0,007). Pacientes com área de gordura visceral elevada tiveram maior chance de infecção/doença por citomegalovírus (OR = 4,465; IC 95%: 1,183–16,856; p = 0,027).

Discussão e Conclusões

Os dados inéditos mostraram que a composição corporal comportou-se como importante preditora de desfechos pós-TxR, merecendo maior atenção das equipes transplantadoras.

Palavras Chave

Composição corporal
Transplante renal
Infecções
Função renal