Dados do Trabalho

Título

Uso de Heparina e Alteplase Sistêmica no Tratamento da Trombose de Artéria Hepática Precoce pós Transplante Hepático em Crianças

Introdução

A trombose de artéria hepática (TAH) ocorre em 0-25% dos transplantes e pode levar a perda do enxerto. Seu tratamento envolve re-tx, angioplastia e infusão intra-arterial de urikinase. Existem poucos relatos de caso sobre o uso de heparina sistêmica com sucesso no salvamento do enxerto. Não foi encontrado na literatura a descrição do uso de alteplase endovenosa nestes casos.

Material e Método

Relatamos 04 casos de TAH precoce pós-transplante hepático em crianças, nos quais a recanalização da artéria hepática foi obtida através de tratamentos sistêmicos.

Resultados

A idade dos pacientes variou de 11 m a 6 a. 3 transplantes intervivos e 1 com doador falecido. TAH foi diagnosticada entre 2 e 15 dias pós-tx. Todos diagnósticos foram feitos por US Doppler e confirmados por angio-CT. Todos os pacientes foram submetidos a heparinização a pleno desde o diagnóstico da trombose e em 2 pacientes foi associada a alteplase EV, na dose de 0,3mg/Kg/h. A recanalização da artéria hepática ocorreu entre 4 e 10 dias. Dois pacientes foram retirados da lista de re-transplante. Um paciente desenvolveu complicação de via biliar, tratada com sucesso por radiologia intervencionista.

Discussão e Conclusões

O tratamento da TAH precoce com heparinização sistêmica associado ou não a alteplase endovenosa resultou em 100% de resolução da trombose e consequente salvamento do enxerto hepático. Este é o primeiro relato na literatura do uso de alteplase sistêmica para tratamento de TAH. Estes resultados apontam que pacientes com TAH precoce, que permanecem clinicamente estáveis, podem ser tratados sem a necessidade de um re-tx. Além de evitar o risco que representa um re-tx precoce para o receptor, gera impacto positivo na redução da lista de espera por um órgão, principalmente em locais onde o pool de doadores é reduzido.

Palavras Chave

TAH;alteplase;tx infantil