Dados do Trabalho

Título

Uso de Imunoglobulina e Glicocorticóide em Rejeição Mediada por Anticorpos

Introdução

Estima-se que a rejeição mediada por anticorpos seja responsável por até 30% dos casos de rejeição aguda no transplante renal. Geralmente há uma correlação entre a presença de anticorpo específico contra doador (DSA) no soro, achados histológicos específicos e episódios de rejeição humoral. Ainda não está claro na literatura qual combinação de terapia é a mais segura e eficaz.

Material e Método

Trata-se de um relato de caso com uso de dados de prontuário, relatórios médicos e revisão de literatura.

Resultados

Paciente MEDS, 45 anos, masculino, submetido a transplante renal em junho de 2018 (doador falecido). Recebeu imunossupressão com prednisona, micofenolato e tacrolimo, além de timoglobulina no dia da cirurgia (dose única de 3mg/kg). Evoluiu no quinto mês pós transplante com piora progressiva de creatinina (2,7mg/dl). Foi realizada biópsia renal que evidenciou fator C4d em capilares peri-tubulares positivo de forma difusa (90%) associada a tubulite moderada. Optou-se por tratamento com corticoide EV (3 dias), seguido de imunoglobulina EV (2g/kg divididos em 2 dias consecutivos). Não apresentou reações à medicação e evoluiu com melhora progressiva dos níveis de creatinina, retornando à concentração basal ao fim do tratamento. Anticorpos anti-HLA foram caracterizados e acompanhados (Single Antigen), permanecendo estáveis. Uma nova biópsia demonstrou presença de C4d sobre capilares peritubulares em menos de 5% da amostra, com intensidade fraca, sem tubulite. O paciente apresentou função renal estável (Cr 1,7mg/dl) nos meses posteriores.

Discussão e Conclusões

A associação de glicocorticoides com imunoglobulina tem se mostrado uma combinação efetiva no tratamento de RMA, associada ao monitoramento de anticorpos que possam prejudicar o enxerto renal.

Palavras Chave

transplante renal; rejeição humoral; rejeição mediada por anticorpos