Dados do Trabalho

Título

Cinética da carga viral do citomegalovírus em transplante renal

Introdução

O citomegalovírus (CMV) é um dos principais responsáveis pelas infecções oportunistas em transplante. O objetivo deste estudo foi avaliar a cinética viral do CMV em pacientes transplantados renais sob indução com timoglobulina, na ausência de estratégias de prevenção.

Material e Método

Trata-se de um estudo longitudinal com seguimento de 90 dias, entre abril/2015 e julho/2016, sendo incluídos 100 pacientes. Amostras sanguíneas foram coletadas sistematicamente antes do transplante e nos dias 14, 21, 30, 45, 60, 75, 90 após o transplante. As cargas virais foram determinadas por qPCR ao final do estudo. Uma curva ROC foi realizada para cálculo dos melhores valores da carga viral associado com a ocorrência de doença por CMV.

Resultados

Os dias 30 e 45 após o transplante foram os períodos com maior detecção de CMV no grupo de pacientes que evoluíram para doença quando comparado aos que não evoluíram (p=0,001 e p<0,0001, respectivamente). Foi observado elevados níveis de carga viral nos pacientes com doença, quando comparado aos sem doença, nos períodos de 21 (p=0,01), 30 (p=0,03), 45 (p=0,001) e 60 (p=0,01) dias após o transplante. A cinética da carga viral nos pacientes com doença teve crescimento exponencial, com um maior pico aos 45 dias. As viremias assintomáticas estiveram presentes em 36% dos pacientes, mantendo uma cinética de carga viral estável entre log 3,9/ 4,1 durante todo períodos de observação. A curva ROC mostrou-se com uma área de 0,77 (IC 95%: 0,66-0,87; p<0,0001), onde log 4,18 (15.135 UI/mL) apresentou melhor sensibilidade e especificidade (70% e 81%, respectivamente) para o diagnóstico de doença por CMV.

Discussão e Conclusões

Os níveis das cargas do CMV estáveis nas viremias assintomáticas e o resultado da curva ROC, sugerem ser desnecessário tratamento premptivo com qPCR log < 4.0.

Palavras Chave

Citomegalovírus, Cinética