Dados do Trabalho

Título

FÍSTULA URINÁRIA COM URINOMA EM BOLSA ESCROTAL EM RECEPTOR DE TRANSPLANTE RENAL: UMA APRESENTAÇÃO NADA USUAL

Introdução

As fístulas urinárias (FU) decorrem da isquemia do sistema coletor, principalmente em ureter distal, com prevalência de 1 a 8%. Comumente ocorrem na 1ºsemana ou após inicio diurese até 5ª semana pós transplante renal (Tx), manifestando por extravasamento de liquido pela ferida operatória (FO), aumento de débito de drenos, oligúria, coleção peri-enxerto que pode formar abaulamento doloroso da FO.

Material e Método

Homem, 43 anos, portador nefropatia diabética, PRA 0%, submetido a Tx renal, doador vivo não relacionado (esposa), sem intercorrências e com diurese imediata. Terapia indução, basiliximabe, e imunossupressão de manutenção com tacrolimo 0,15mg/kg/dia, micofenolato de sódio 1440mg/dia e prednisona 30mg/dia. No 9ºPO, iniciou diminuição diurese, aumento progressivo da creatinina e da bolsa escrotal. No 10º PO, evoluiu com anúria sendo iniciado hemodiálise e pulso empírico com metilprednisolona. Sem resposta ao pulso, realizou biópsia renal no 15º PO que mostrou lesão “Borderline” (Banff 2015). No 16º PO realizou cintilografia mostrando Tx com fluxo e função deprimidos em grau discreto e retenção do traçador no ureter transplantado. A tomografia demonstrou da fístula uretero-escrotal e períneo-cutânea, edema e presença de gás no interior do canal inguinal e do testículo D. Laparotomia e correção FU, associado a antibioticoterapia e oxigenoterapia hiperbárica alcançaram a resolução completa do quadro.

Resultados

O urinoma escrotal decorre da drenagem da urina pelo conduto inguino-escrotal. No caso, adicionalmente o paciente evoluiu com síndrome de Fournier com resolução satisfatória.

Discussão e Conclusões

Embora rara, FU com urinoma é uma complicação cirúrgica que precisa ser incluída no diagnóstico diferencial dos Tx que evoluem com piora da  função renal associado com edema de escroto.

Palavras Chave

fistula urinaria
urinoma escrotal