Dados do Trabalho

Título

Níveis de endocan e homocisteina em pacientes receptores do transplante renal

Introdução

O endocan é um marcador com papel na adesão celular e distúrbios inflamatórios, enquanto a homocisteína participa de ações patogênicas pró dano vascular, sendo ambos considerados novos marcadores da disfunção endotelial. Deste modo, objetivou-se investigar a relação entre os níveis de endocan e homocisteína com a evolução do enxerto em receptores de transplante renal (RTR), visto que a integridade do endotélio vascular está associada com a melhor sobrevida dos RTRs

Material e Método

Cem RTR foram alocados em grupos de acordo com os níveis de creatinina (C1≤1,5 e C2>1,5mg/dL); eRFG (R1≤60 e R2>60mL/min/1,73m2) e tempo pós-transplante (T1≤60; T2=61-119; T3≥120meses). Os níveis de endocan e homocisteína foram mensurados pelo método ELISA. Os dados são apresentados como mediana e IQ.

Resultados

RTR com pior função renal apresentaram níveis elevados de endocan (C1=4,9mg/dL IQ=2,5; C2=6,1mg/dL IQ=6,4 e R1=5,8mL/min/1,73m2 IQ=5,8; R2=4,5mL/min/1,73m2 IQ=2,1) e homocisteína (C1=18,7mg/dL IQ=11,2; C2=22,7mg/dL IQ=20,0 e R1=22,3mL/min/1,73m2 IQ=17,2; R2=18,6mL/min/1,73m2 IQ=9,3), p<0,01. Não houve diferença para as análises em relação ao tempo pós-transplante.

Discussão e Conclusões

Mesmo com o transplante renal bem sucedido, os RTR ainda apresentam alto risco de complicações, tais como disfunção endotelial e eventos cardiovasculares. O declínio da função renal cursa com um estado de ativação das células endoteliais vasculares e estado pró-inflamatório, favoraveis a estas complicações. A elevação dos marcadores avaliados demonstrou que a falha renal pode estar associada com a disfunção endotelial. Este achado, até o momento, nos pareceu mais relevante que a clássica associação com o tempo pós-transplante. Pode-se concluir que os níveis de endocan e homocisteína são ferramentas promissoras para o monitoramento de RTR.

Palavras Chave

Transplante renal