Dados do Trabalho

Título

Análise de casos de histoplasmose disseminada versus localizada em transplantados renais

Introdução

Histoplasmose ocorre em menos de 1% dos pacientes submetidos a transplante renal (TR), e infecção disseminada ocorre em torno de 75% dos casos. Esse trabalho analisa a casuística de histoplasmose pós-TR em um serviço terciário, comparando evolução de doença localizada versus disseminada.

Material e Método

Estudo retrospectivo de pacientes pós-TR com diagnóstico confirmado de histoplasmose no período de 2000 a 2018. Confirmação do diagnóstico foi baseada em critérios microbiológicos por cultura e/ou histopatológicos. Classificou-se como doença disseminada aquela com acometimento de dois ou mais órgãos e/ou hemocultura positiva; as demais foram classificadas como localizada. Foram analisadas variáveis relativas ao transplante, à doença e ao desfecho. Os dados foram analisados usando o programa EpiInfo versão 7.2.2 e para cálculos estatísticos a fórmula de Fischer.

Resultados

Foram identificados 14 (0,44%) casos de histoplasmose em 3133 transplantados; 9 (64,29%) do sexo masculino e idade média de 31 anos. Seis pacientes (42,9%) foram classificados como doença disseminada e 8 localizada, e não houve diferença entre as características do doador e do transplante em relação aos dois grupos. Óbito em 30 dias ocorreu em dois pacientes com doença disseminada e nenhum paciente com doença localizada; perda de enxerto ocorreu apenas em três pacientes com doença localizada. Sobrevida de 180 dias foi de 100% no grupo de doença localizada e de 66,7% na doença disseminada (NS).

Discussão e Conclusões

Histoplasmose é uma infecção infrequente no pós-TR e doença localizada predominou na nossa casuística. Doença disseminada não foi relacionada a pior evolução quando comparado com doença localizada.

Palavras Chave

histoplasmose, transplante renal, imunodeprimido