Dados do Trabalho

Título

ADVOCACIA EM SAÚDE E SOFRIMENTO MORAL DE ENFERMEIROS QUE ATUAM EM UNIDADES DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS SÓLIDOS

Introdução

A ausência de investigações sobre sofrimento moral no contexto da doação/transplante de órgãos representa lacuna expressiva. Esse estudo objetivou identificar os determinantes do sofrimento moral em enfermeiros que atuam em unidades de transplante de órgãos sólidos sob a ótica da advocacia em saúde.

Material e Método

Estudo descritivo, transversal, de abordagem mista, desenvolvido em hospital universitário. Foram convidados a participar da 1a etapa do estudo (quantitativa) todos os enfermeiros da unidade de transplante de fígado e rim (UTF/UTR) com tempo de atuação na área ≥ 6 meses, e na 2a etapa (qualitativa), enfermeiros coordenadores e diretores das unidades como informantes-chave. A coleta de dados realizou-se em duas etapas: 1a) Utilizou-se a Escala de Sofrimento Moral, e na 2a etapa foram realizados grupos focais. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP.

Resultados

Dentre os participantes (n=15), 53% eram da UTF e 47% da UTR. Verificou-se correlação positiva entre os fatores “negação do papel do enfermeiro como advogado do paciente” e “desrespeito à autonomia do paciente” (P=,0100) e, entre os fatores “falta de competência na equipe de trabalho” e “obstinação terapêutica” (P=,0155). Dos 15 enfermeiros da 1a etapa do estudo, 5 participaram do grupo focal. Identificou-se 3 categorias e 7 subcategorias temáticas: “advocacia em saúde” e as subcategorias “desrespeito à autonomia do paciente” e “obstinação terapêutica” o escopo desse trabalho.

Discussão e Conclusões

Embora os enfermeiros reconheçam situações em que a advocacia em saúde é necessária e saibam como intervir, a imposição hierárquica os distancia da advocacia em benefício do paciente, expondo-os ao sofrimento moral e suas consequências.

Palavras Chave

Sofrimento Moral; Doação de Órgãos; Transplante; Enfermeiros;