Dados do Trabalho

Título

Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes: Variáveis que Interferem na Tomada de Decisão Familiar

Introdução

A escassez de órgãos continua sendo um dos maiores obstáculos para as equipes de transplantes em todo o mundo. O número de candidatos em lista de espera supera a oferta de órgãos, gerando uma dificuldade no acesso a essa modalidade terapêutica.

Material e Método

Pesquisa quantitativa, documental realizada em uma Organização de Procura de Órgãos de São Paulo. Os dados foram obtidos de 529 prontuários de doadores elegíveis.

Resultados

A taxa de autorização familiar foi de 64% e quanto menor a idade do doador maior era a probabilidade do consentimento familiar (p = 0.034). Quando mais de três familiares estavam envolvidos na tomada de decisão havia maior probabilidade de doação (p < 0.001). Conhecer a vontade do falecido é fator determinante para recusar ou doar os órgãos e tecidos (p < 0.001). Cônjuge, filhas ou pais doam menos quando comparados a outro membro da família (p = 0.003). As entrevistas feitas no período da manhã, tarde ou noite não mostraram diferenças estatísticas (p = 0.228). O local onde a entrevista foi realizada não apresentou desvio padrão significativo (p = 0.185). A idade e o tempo de experiência do enfermeiro não interferiram nas taxas de consentimento familiar (p = 0.380). Finalmente, não houve variação estatística, quando a entrevista era realizada por enfermeiro do gênero masculino ou feminino (p = 0.152).

Discussão e Conclusões

O presente estudo permitiu afirmar que os fatores determinantes para consentir ou recusar a doação são: idade do doador; conhecer a vontade do falecido em vida; e quando mais de três familiares estão envolvidos na tomada de decisão.

Palavras Chave

Família; Tomada de Decisões; Morte Encefálica; Obtenção de Tecidos e Órgãos; Transplante de Órgãos.