Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE EVOLUTIVA DA LISTA DE ESPERA DE TRANSPLANTE RENAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ATRAVÉS DE GRANDE REGISTRO COM MAIS DE 50.000 PACIENTES

Introdução

O perfil dos candidatos a transplante renal(TR) tem se alterado ao redor do mundo e faltam dados nacionais que analisem esta tendência.

Material e Método

No período entre 2000 a 2017, analisaram-se características de todos os candidatos a TR inscritos na fila do estado de SP, divididos em três períodos: Era 1, de 2000 a 2005; Era 2, de 2006 a 2011 e Era 3, de 2012 a 2017.

Resultados

O número de candidatos aumentou de 11.821 para 18.544(+56,9%) e 23.686(+100%), respectivamente nas Eras 1,2 e 3, assim como o número de transplantes cresceu de 1796 para 4432(+146%) e 6868(+282%). A média de idade dos receptores reduziu de 51,6 para 49,3 anos e a prevalência de raça não branca cresceu de 27,7% para 33,1%(p<0,0001). A prevalência de sexo feminino ficou estável em torno de 40%(p=0,26) e houve aumento de candidatos diabéticos de 17,6% para 20,3%, com antecedentes de transfusão de 24,8% para 42,9%, gestação prévia de 20% para 27,9%, ReTx de 6% para 14,5% e PRA >80% de 4,4% para 9,6% dos candidatos(p<0,0001). Houve aumento dos candidatos da regional da capital de 62,3% na Era 1 para 83% na Era 3(p<0,0001). Houve redução do óbito em lista de 13,6% para 7,6% e de pacientes ainda em fila de 56,2% para 48,1%, mas com aumento dos removidos de lista de 9,4% para 14,7%(p<0,0001).

Discussão e Conclusões

A análise deste grande registro demonstrou que a lista de candidatos a TR dobrou no estado de SP nos últimos 18 anos, mas acompanhado também de crescimento importante da transplantação. O perfil dos pacientes em fila tornou-se de maior risco com aumento de diabéticos e pacientes sensibilizados. Apesar da maior eficiência na transplantação, estratégias são necessárias para contemplar os pacientes de maior risco que se acumulam em lista e que provavelmente são removidos com maior frequência por piora clínica.

Palavras Chave

transplante renal