Dados do Trabalho

Título

ANEMIA PÓS-TRANSPLANTE RENAL: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

Introdução

A anemia pós-transplante (APT) renal é uma complicação comum, geralmente classificada como aguda (< 6 meses pós-transplante renal: TR) e crônica (> 6 meses pós-TR). O presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência e gravidade da APT e fatores associados.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectivo, incluindo pacientes transplantados em hospital terciário, no período de janeiro/2014 a dezembro/2015, sendo pesquisadas variáveis clinicas e laboratoriais nos primeiros 12 meses pós-TR. Uma análise multivariada dos fatores associados ao risco de APT foi realizada.

Resultados

Foram incluídos 159 pacientes, 56,6% do sexo masculino, idade média 45 anos, 97,4% com doador falecido, sendo que 47% apresentaram anemia pré-TR, 98% no 1º mês, 96% entre 1-3 m, 68% de 3-6 m e 54% de 6-12 m. A maior prevalência de APT grau 1 (leve) foi observada no 3º e 6º mês (40% e 35%, respectivamente); APT grau 2 (moderada) no 1º e 3º mês (28% e 20%) e APT grau 3 (severa) no 1º e 3º mês (60% e 8%). O tratamento da APT incluiu uso de eritropoetina em 67% dos pacientes, conduta conservadora em 30%, transfusão de hemácias em 20%, uso de sulfato ferroso em 19% e uso de ácido fólico em 6%. Estiveram associados ao risco de APT: terapia sem corticoide, sexo masculino do doador, idade do doador, doador falecido, função retardada do enxerto, primeiro transplante, Hb pré-TR, uso de antiviral e timoglobulina, tempo de internação, creatinina na alta e taxa de filtração glomerular.

Discussão e Conclusões

A APT foi mais prevalente nos três primeiros meses, bem como sua gravidade, período onde é necessário mais atenção e monitoramento. Entretanto, a prevalência de APT ainda foi elevada após 6 meses de transplante e vários fatores estiveram associados à sua ocorrência, reforçando sua etiologia multifatorial.

Palavras Chave

anemia, transplante de rim, risco