Dados do Trabalho

Título

Perfil dos potenciais doadores de órgãos de Rondônia

Introdução

A determinação da morte encefálica (ME) está fundamentada na Resolução do CFM nº 2.173/17. No entanto, ainda há obstáculos que dificultam ou não permitem a confirmação da morte. O objetivo do estudo é caracterizar o perfil dos potenciais doadores em ME notificados à Central Estadual de Transplantes (CET) de Rondônia.

Material e Método

Foi realizada pesquisa descritiva, observacional e transversal na CET-RO. Foram analisados 54 prontuários de pacientes com protocolo de ME não finalizados dos anos de 2017 e 2018. Variáveis: sexo, idade, diagnóstico, tempo de duração do protocolo e etapa de parada do protocolo.

Resultados

Notou-se que a maioria era do sexo masculino (70,4%; n=38), média de idade de 40,19 anos ± 18,71 anos, vítimas de trauma crânio encefálico (25,9%; n=14) e acidente vascular cerebral hemorrágico (24,1%;n=13), com média de duração do protocolo de 36,40 horas. A maioria dos protocolos foi interrompida (parada cardiorrespiratória) após o exame complementar eletroencefalograma 57,4% (n=31).

Discussão e Conclusões

A longa média de duração do protocolo pode ter acarretado falha na detecção da morte encefálica com consequente parada cardiorrespiratória. Por ser um possível doador, além da perda da doação, o atraso no diagnóstico pode acarretar em menor qualidade do órgão ofertado e no desgaste emocional familiar que pode interferir no processo de doação. Há muita discussão a respeito da negativa familiar, problemas de transporte de órgãos e outros fatores que podem influenciar negativamente. Porém, em alguns Estados brasileiros, uma das causas de perda desse potencial doador é a logística de diagnóstico de morte encefálica, retirando a oportunidade de tratamento de um doente crônico e impossibilitando a família de permitir a continuação da vida através de uma doação.

Palavras Chave

Perfil de Saúde; Morte encefálica.