Dados do Trabalho

Título

Complicações clínicas após o uso de inibidores da mTOR no transplante de pâncreas

Introdução

A imunossupressão de escolha no transplante simultâneo de pâncreas-rim (TSPR) e no transplante de pâncreas após rim (TPAR) é composta por tacrolimus (TAC), predinisona e micofenolato. No entanto, são descritos eventos adversos com o TAC e o micofenolato, como nefrotoxcidade e infecções recorrentes virais por citomegalovírus (CMV) ou intolerância gastrointestinal, respectivamente. Neste cenário, o inibidores da mTOR (imTOR ou mammalian target of rapamycin), como sirolimus e everolimus, podem ser utilizados. No entanto, os dados na literatura sobre o uso dos imTOR após o transplante de pâncreas são escassos e, desta forma, decidimos verificar o impacto clínico desta estratégia.

Material e Método

Estudo retrospectivo incluindo pacientes submetidos ao TSPR/TPAR (n=20) na UNIFESP, de 2000-2018, e que foram convertidos para os imTOR. Análise dos parâmetros clínico-laboratoriais e desfechos clínicos. T-teste e P<0,05 considerado significante.

Resultados

A principal indicação para conversão foi infecção por CMV seguida de nefrotoxicidade. Não observamos diferenças estatísticas antes e após 3 anos da conversão nos seguintes parâmetros expressos em média e desvio-padrão: creatinina 1,98±0,9 versus 2,34±1,2mg/dl (P=0,99), eGFR 45.1±2 versus 41,2±3,1ml/min/1,73m2 (P=0,99); proteinúria/creatininúria 0,47±0,06 versus 1,2±1,3g/mg (P=0,09); glicose 102,5±20,3 versus 98,5±21,8mg/dl (P=0,96), HbA1C 7,1±0,7 versus 6,3±0,4% (P=0,81), colesterol total 161,7±65,6 versus 168±34mg/dl (P=0,65), HDL-colesterol 45,7±28,7 versus 36,3±0,6mg/dl (P=0,55), LDL-colesterol 91±33 versus 101±23,9mg/dl (p=0,78) e triglicerídeos 120±22,6 versus 142±52,1mg/dl (P=0,35).

Discussão e Conclusões

O uso dos imTOR após o transplante de pâncreas é seguro. Mais dados são necessários para avaliar a eficácia.

Palavras Chave

transplante de pâncreas, imTOR, evento adverso, conversão