Dados do Trabalho

Título

MOTIVOS DE RECUSA FAMILIAR NO PROCESSO DE DOAÇÃO DE TECIDOS OCULARES DO BANCO DE OLHOS DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP, NO ANO DE 2018

Introdução

A recusa familiar é um dos principais obstáculos à doação de córneas para transplante. O conhecimento de seus motivos é de suma importância para a elaboração de estratégias para melhoria nos procedimentos dos bancos de olhos. OBJETIVO: Analisar os motivos de recusa familiar à doação de córneas no BOB.

Material e Método

Estudo retrospectivo da Revisão de Óbitos do HCFMB e de prontuários dos doadores do BOB, em 2018. Dados levantados: total de óbitos no HCFMB, óbitos notificados ao BOB, potenciais doadores (PD), entrevistas familiares, recusas familiares e seus motivos.

Resultados

Em 2018 foram registrados 1446 óbitos no HCFMB; destes, 98% foram notificados ao BOB; 23% foram qualificados como PD e tiveram a entrevista familiar realizada; 153 (47%) das famílias recusaram a doação. Motivos da recusa: manutenção da integridade do corpo do PD (52%), decisão manifesta em vida (29%), indecisão familiar (8%), desconhecimento do desejo do PD (5%), descontentamento com o atendimento no HCFMB (2%), receio de demora na liberação do corpo (1%), convicções religiosas (1%) e outros (2%).

Discussão e Conclusões

O alto índice de recusas familiares nas entrevistas do BOB aponta para a necessidade de melhorias nos processos internos do BOB, tais como: o melhor esclarecimento sobre a restauração da aparência física do doador, o acolhimento em ambiente adequado, a disponibilização de tempo para a decisão da famíia e o maior esclarecimento à família sobre as dúvidas remanescentes. Recusas por decisão manifesta em vida e por desconhecimento do desejo do PD refletem o subdesenvolvimento relativo da cultura de doação de órgãos e tecidos para transplante no Brasil, sinalizando a necessidade de maior investimento estratégico em educação sobre o processo de doação e transplante.

Palavras Chave

Córnea
Transplante de Córnea
Família
Entrevista
Banco de olhos