Dados do Trabalho

Título

Transplante de intestino: uma realidade no Brasil?

Introdução

Atualmente o transplante intestinal isolado (TII) é o procedimento terapêutico de escolha para pacientes com falência intestinal irreversível que já não podem ser mantidos por nutrição parenteral (NP).

Material e Método

Este estudo relata um caso de TII bem-sucedido no Brasil.

Resultados

A.F.M, 46 anos, masculino, previamente hígido, com passado de volvo de sigmoide operado aos 2 meses de vida, evoluiu após 45 anos com abdome agudo obstrutivo em 08/2018. Após abordagem cirúrgica malsucedida, foi realizada enterectomia subtotal por necrose intestinal maciça. O paciente foi mantido em NP e transferido para o depto de Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo do HCFMUSP com remanescente intestinal mínimo (terceira porção duodenal e reto). Após estabilização clínica e nutricional com NP individualizada o paciente foi listado para TII. Em 14/02/2019 foi submetido a TII de doador falecido. A veia e artéria mesentérica superior foram anastomosadas na veia cava e aorta, respectivamente. A primeira porção jejunal e o cólon transverso do enxerto foram anastomosados no duodeno e reto remanescentes, respectivamente. Uma ileostomia em alça foi confeccionada para proteção da anastomose colo-retal e monitorização do intestino transplantado. A dieta enteral foi re-introduzida no 17º PO. O tacrolimo (FK) foi introduzido via gastrostomia no primeiro PO, contudo, pela incapacidade de manutenção de níveis séricos estáveis, foi alterada sua via de administração para sublingual (SL), obtendo-se bons resultados.

Discussão e Conclusões

A síndrome do intestino curto é a principal causa de falência intestinal irreversível. Nessa situação, o TII é associado à melhora da qualidade de vida, independência da NP e maior sobrevida. A via SL é uma forma alternativa para administração do FK.

Palavras Chave

Transplantes, síndrome do intestino curto, nutrição parenteral