Dados do Trabalho

Título

Variabilidade intraindividual de Tacrolimo (TAC) em Receptores de Transplante Renal (RTR) e Associação com Desfechos Clínicos

Introdução

Tacrolimo é o imunossupressor mais utilizado após o transplante renal, com eficácia comprovada em diferentes regimes imunossupressores. No entanto, características intrínsecas ao seu perfil farmacocinético, como variabilidade intraindividual, podem influenciar os resultados, principalmente em regimes que utilizam doses reduzidas desse fármaco.

Material e Método

Ensaio clínico com inclusão de 288 RTR randomizados na proporção (1:1:1) para (grupo ATG/EVR) dose única de ATG 3mg/Kg, TAC, everolimo (ERL) e prednisona (N= 85); (grupo BAS/EVR), basiliximabe, TAC, ERL e prednisona (N= 102); (grupo BAS/MPA), basiliximabe, tacrolimo, micofenolato e prednisona (N=102). Para avaliação da variabilidade intraindividual, utilizamos as concentrações residuais de TAC monitoradas durante o período de acompanhamento de 60 meses.

Resultados

Dos pacientes, 66% eram homens, idade média de 45 anos, causa da doença renal crônica indeterminada (41%) e realizaram transplante com doador falecido (68,75%). Nessa análise, 33% vs. 32% vs. 26% dos pacientes atingiram a faixa terapêutica preconizada para TAC na primeira semana de transplante, respectivamente.
O coeficiente de variação médio intraindividual de TAC nos primeiros 3 meses foi de 36% vs. 38% vs. 37% e a variabilidade interindividual de TAC nos 3 regimes foi de 43% vs. 41% vs. 39 %, respectivamente.
O coeficiente de variação médio intraindividual de EVR nos primeiros 3 meses foi de 30% vs. 27%, respectivamente entre grupo 1 e 2. Não encontramos correlação entre CV intraindividual de TAC e EVR com a função renal ou perda do enxerto durante os 3 e 12 meses de transplante.

Discussão e Conclusões

Intenso monitoramento terapêutico de TAC e EVR pode reduzir a variabilidade intraindividual e seu impacto nos desfechos clínicos do transplante

Palavras Chave

Tacrolimo
Receptores de Transplante Renal
Desfechos Clínicos