Dados do Trabalho

Título

Morte súbita em receptor de transplante renal - Pneumonia por Pneumocystis jirovecii - diagnóstico post mortem.

Introdução

Infecção por Pneumocystis jirovecii é infrequente em receptores de transplante renal (~2%), dispneia, tosse seca e hipoxemia desproporcionais aos achados clínicos são sintomas frequentes.

Material e Método

Homem, 64 anos, transplantado renal (Tx) em 18/06/2018, doador falecido, induzido com Basiliximabe, mantido com Tacrolimo (FK), Micofenolato (MF) e Prednisona (PR), FK suspenso no 25° PO por provável nefrotoxicidade e DGF prolongada. Nos 8 primeiros meses recebeu três tratamentos com Ganciclovir devido a CMV infecção e no final do 3° mês foi suspensa a profilaxia com Bactrim (BAC) devido a leucopenia acentuada. Manteve disfunção do enxerto (Cr 3,0mg/dl), e recebeu alta em uso de MF e PR. Apresentava-se assintomático até na véspera da admissão quando iniciou quadro de dispneia e tosse seca, com asculta pulmonar normal e SaO2 = 94%. Admitido inconsciente e em parada cardiorrespiratória irreversível. Encaminhado à SVO, foi constatado pneumonia por P. jirovecii.

Resultados

Acreditamos que no presente caso o principal fator de risco foi a co-infecção pelo CMV, associado à retirada do BAC. Chama atenção no caso a morte súbita do paciente e os achados da autópsia.

Discussão e Conclusões

A pneumonia por P. jirovecii é mais severa em pacientes HIV-negativos, com baixa SaO2 e falha respiratória aguda. RX tórax normal ou infiltrados pulmonares intersticiais difusos. A TC é método mais sensível e o diagnóstico é feito por culturas em secreções do trato respiratório.

Palavras Chave

Pneumocystis jirovecii
pneumonia por P. jirovecii
HIV-negativos
transplante renal
falha respiratória
morte súbita