Dados do Trabalho

Título

Acesso ao transplante renal com doador vivo no Brasil

Introdução

No Brasil ainda não foram identificados fatores limitantes no acesso ao transplante renal, apesar deste ser o considerado a terapia de escolha para os pacientes portadores de DRC. Avaliamos os fatores determinantes na acessibilidade ao transplante renal com doador vivo no Brasil.

Material e Método

Foi analisado tempo para transplante com doador falecido (TxDF) e doador vivo (TxDV) dos 827 pacientes avaliados entre 2013-2017 em um centro único no Brasil, usando regressão de Cox multivariada ajustada para idade, sexo, raça (branco/asiático, preto ou pardo) e quartil de renda (Q1 (menor) – Q4 (maior)). Estudamos TxDV com TxDF como risco competitivo e vice-versa; também realizamos a analise mediada por raça, renda e acesso ao transplante.

Resultados

Comparado com os brancos, pacientes da raça preta (aHR: 0,59, p=0,02) e parda (aHR: 0,55, p=0,01) tiveram menos acesso ao TxDV. Essa associação foi parcialmente mediada por diferença de renda nos pacientes pardos (incluindo renda, aHR(pardo)=0,86). Pacientes mais velhos tinham menor chance de receber TxDV quando comparados com os mais jovens (aHR: 0,73, p=<0,01). Pacientes com renda no quartil 3 (aHR: 2,48, p<0,01) e 4 (aHR: 2,25, p=0,03) tiveram significativamente maior acesso ao TxDV quando comparados aos com quartil 1.

Discussão e Conclusões

Apesar de ter um sistema de saúde financiado pelo Estado, pacientes com baixa renda, pretos e pardos enfrentam maiores dificuldades no acesso ao TxDV quando comparados aqueles de maior renda, brancos e asiáticos. Medidas de intervenção para reduzir as disparidades ao acesso ao transplante devem ser desenvolvidas.

Palavras Chave

Transplante Renal
Doador Vivo
Acessibilidade