Dados do Trabalho

Título

Insufiência cardiaca aguda grave na reperfusão de enxerto hepático

Introdução

A reperfusão do enxerto hepático pode resultar em instabilidade do receptor, requerendo suporte vasoativo e/ou inotrópico para se evitar colapso hemodinâmico. O súbito aumento de pré e pós-carga, aliado ao efeito vasoplégico de mediadores humorais, fundamenta a fisiopatologia do fenômeno. Descreve-se caso de insuficiência cardíaca aguda pós-reperfusão.

Material e Método

Avaliados ficha anestésica e registros clínicos perioperatorios em prontuário do paciente, além de revisada literatura sobre disfunção cardíaca em hepatopatas.

Resultados

Relato de caso: Sexo masculino, 51 anos, portador de cirrose criptogênica, submetido a transplante (escore Meld 17), hipertenso, com capacidade metabólica superior a 4METs e ecocardiografia preoperatoria normal (fração de ejeção - FE – 68%), sem outras alterações estruturais ou funcionais. Após reperfusão, houve súbita redução da pressão arterial média - PAM - (88mmHg → 35mmHg), pouco responsiva à expansão volêmica e à infusão de múltiplas drogas vasoativas (noradrenalina, vasopressina, adrenalina, metaraminol e azul de metileno). Através de monitor Flotrac®, registrou-se comprometimento de contratilidade (índice cardíaco - IC - 6,2 L/min/m2 → 1,4 L/min/m2). Mediante infusão de dobutamina em dose incrementais (3 µg/kg/min → 5 µg/kg/min → 8 µg/kg/min), restauraram-se PAM 75mmHg e IC 4,5 L/min/m2 cerca de 45 minutos após início do quadro. Ecocardiografia no pós-operatório imediato e recente demonstrou FE de 22% e 51% respectivamente, viabilizando desmame de suporte em 72h. Enxerto hepático evoluiu com adequado funcionamento.

Discussão e Conclusões

Apresentou-se caso de colapso da contratilidade cardíaca, secundário à reperfusão hepática. Monitorização avançada e precoce suporte inotrópico favoreceram sobremaneira o prognóstico.

Palavras Chave

transplante hepático
reperfusão
insuficiencia cardiaca

Área

FÍGADO - Complicações