Dados do Trabalho

Título

PERFIL DAS NOTIFICAÇÕES DE POTENCIAIS DOADORES PEDIÁTRICOS À ORGANIZAÇÃO DE PROCURA DE ÓRGÃOS DA ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (OPO-EPM)

Introdução

Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, em 2018, 1.279 crianças aguardavam transplantes de órgãos sólidos, sendo que 607 ingressaram em lista de espera no último ano. Foi realizada 47% da demanda anual de transplantes, evidenciando a necessidade de aumentar a doação e o aproveitamento dos órgãos para essa população, estando relacionado à complexidade do processo de doação de órgãos, onde envolve a causa da morte encefálica, a compreensão e autorização familiar.
OBJETIVO: Analisar o perfil e o desfecho das notificações de potenciais doadores pediátricos.

Material e Método

Estudo retrospectivo descritivo, com o objetivo de analisar o perfil de notificações de pacientes pediátricos, recebidas pela OPO-EPM, no período de Jan/17 a Dez/18.

Resultados

Foram notificados 61 potenciais doadores, sendo 80% de hospitais públicos; faixa etária predominante de 1 a 5 anos (39%); gênero masculino (56%); não negros (93%). Causa de morte encefálica (ME) por encefalopatia anóxica (34%), vascular (23%) e traumatismo craniano (23%). Apresentou PCR revertida e infecção prévia 46% dos casos. O tempo médio de internação foi de 14 dias. Apenas 2% apresentou antecedente de DM e nenhum histórico de HAS. Realizadas 36 entrevistas, com 28% de doações efetivas e 36% de recusa familiar (37% por não aceitação do diagnóstico de ME). Houve 41% de não efetivação devido à condição clínica do doador, sendo 67% por infecção, 11% por não concluir o protocolo de ME e 9% por PCR não revertida.

Discussão e Conclusões

As maiores barreiras encontradas para a efetivação do doador pediátricos são a falta de condição clínica do doador, principalmente por infecção, e a negativa familiar. Medidas como treinamento do manejo clínico do doador e do protocolo de morte encefálica são bem-vindas para enfrentar essas barreiras.

Palavras Chave

DOADORES PEDIÁTRICOS
ÓRGÃOS