Dados do Trabalho

Título

ANÁLISE TEMPORAL DA SOBREVIDA DO TRANSPLANTE RENAL COM DOADOR FALECIDO EM GRANDE REGISTRO COM MAIS DE 50.000 PACIENTES

Introdução

Há poucos dados de pesquisa no Brasil relacionados a análises de registros de grande porte. Utilizamos trabalhos realizados em países desenvolvidos, não considerando as diferenças demográficas, comorbidades, prevalência das doenças infecciosas. Avaliamos dados do estado de São Paulo, quanto a mortalidade em lista e pós transplante; e o benefício do transplante renal com doador falecido (TxDF) no Brasil.

Material e Método

Dados do registro do estado de São Paulo de 54.019 pacientes listados e 14.771 receptores de TxDF entre 2000-2018. Avaliamos as tendências temporais nos pacientes listados e sua mortalidade pós TxDF, ajustando para idade, sexo, etnia (branco, asiático, pardo e preto), tempo em diálise e painel. Realizamos pareamento entre os receptores de TxDF e os pacientes em lista com o mesmo tempo de seguimento.

Resultados

A sobrevida em 5 anos de pacientes listados aumentou de 71,4%, entre 2000-2004, para 78,7%, entre 2013-2018, no TxDF o aumento foi de 74,8% para 85,9%. Em modelo ajustado, a mortalidade em lista foi 21% maior entre pacientes negros (aHR=1,21, p<0,001) e 16% maior em pardos (aHR= 1,17, p<0.001). A etnia não foi associada com mortalidade após TxDF (todas p>0,7). Nos últimos anos da análise houve menor mortalidade em lista (aHR 2015-2018 vs 2000-2004= 0,88, p=0,02) e redução ainda mais importante na mortalidade pós TxDF (aHR= 0,45, p<0,001). A melhora da sobrevida dos receptores de TxDF comparados aos pacientes em lista foi evidenciada após 2,2 anos do transplante (68,8% vs 57,2% após 10 anos do TxDF (p<0,001)).

Discussão e Conclusões

A sobrevida após TxDF vem melhorando de forma expressiva no Brasil nos últimos anos, não sendo acompanhado da mesma forma com a terapia dialítica.

Palavras Chave

Transplante renal
Sobrevida
Doador falecido