Dados do Trabalho

Título

Barreiras a listagem para Transplante renal no Brasil

Introdução

A prevalência de doença renal crônica (DRC) vem aumentando no Brasil, no entanto o número de pacientes em lista de espera no país não acompanha o crescimento, sendo atualmente inferior a 20% dos pacientes dialíticos. As barreiras no acesso a lista não estão bem esclarecidas. Buscamos caracterizar os fatores limitantes na listagem para transplante renal.

Material e Método

Analisamos o tempo desde a primeira avaliação até a listagem entre 1638 pacientes com DRC avaliados entre 2012-2018 em um centro único no Brasil. Usando regressão de Cox multivariada, exploramos os fatores de risco associados a listagem para transplante, incluindo idade, sexo, raça (brancos/asiáticos, pretos ou pardos (raça mista)), tipo sanguíneo, número de transplantes, diabetes e quartil de renda (Q1 (menor)-Q4 (maior)).

Resultados

:Comparados com brancos/asiáticos, pacientes pardos tiveram maior chance de serem listados (aHR: 1,41, p<0,01). Os mais velhos (aHR por 10a: 0,85, p=<0,01) e diabéticos (aHR: 0,60, p<0.01) apresentaram menor chance de serem listados. Aqueles com maior renda (Q4) tiveram vantagem para listagem comparados com os de menor renda (Q1) (aHR: 1,15, p=0,01).

Discussão e Conclusões

Baixa renda familiar, maior idade e diabetes diminuem substancialmente a chance de ser listado para transplante renal. Isso é ainda mais interessante se pontuarmos que no Brasil o sistema de saúde é globalmente financiado pelo Estado e que o sistema de alocação de órgãos prioriza os diabéticos.

Palavras Chave

Transplante renal
Acessibilidade
Lista de espera