Dados do Trabalho

Título

RELAÇÃO MORTALIDADE-ADESÃO AO TRATAMENTO EM TRANSPLANTE CARDÍACO

Introdução

A longevidade de receptores de transplante cardíaco (TxC) é uma das principais metas das equipes de assistência, além da qualidade de vida. Formas de reduzir morbi-mortalidade vêm sempre sendo desenvolvidas e otimizadas. Assim, é importante conhecer o que leva ao insucesso. Buscou-se identificar as causas de óbitos pós-alta hospitalar de receptores de TxC em nosso serviço, e com que frequência apareceram.

Material e Método

Estudo retrospectivo dos óbitos dentre 37 adultos receptores de TxC, entre dez/12 a fev/19. Consultadas nos prontuários eletrônicos, datas e causas dos óbitos.

Resultados

Do total de pacientes (pct), houveram 16 óbitos (43,24%). Destes, 7 (43,75%) ainda durante internação pós cirurgia (internações de 0 a 115 dias – Ma = 2; Média = 13,43). Os outros 9 pct (56,25%), foco deste estudo, tiveram alta hospitalar e viveram por 245 a 1541 dias (Ma = 410; Média = 630,44). As causas dos óbitos foram: choque séptico + má adesão ao tratamento (2 pct); infecção por zika vírus (1 pct); rejeição do enxerto + metástase neoplásica (1 pct); choque refratário + falência múltipla de órgãos + má adesão (1 pct); morte súbita + falência de enxerto + má adesão (2 pct); choque séptico (1 pct); disfunção múltipla de órgãos + choque séptico + má adesão (1 pct). Má adesão foi a mais frequente (6 pct/66,66%) e caracterizava-se por: falta/abandono de cuidador; uso inadequado de medicamentos; demora para comunicar a equipe sobre eventos adversos gerais (ex: vômitos, febres). Estes motivos surgiram isolados ou combinados.

Discussão e Conclusões

Má adesão ao tratamento levou às consequências clínicas que culminaram na maioria destes óbitos, apesar de toda informação e orientações oferecidas aos pacientes/cuidadores pela equipe de TxC. Assim, este é um desafio a ser enfrentado.

Palavras Chave

transplante cardíaco; adesão ao tratamento