Dados do Trabalho

Título

Resultados do Estudo multicêntrico ADERE Brasil: Prevalência e variabilidade da não aderência aos imunossupressores e ao tratamento não farmacológico em transplantados renais

Introdução

A não aderência (NAd) aos imunossupressores (IMS) e ao tratamento não farmacológico (TnF) podem levar a pior sobrevida do enxerto e variar nas regiões brasileiras com diferente acesso ao transplante renal (TxR). Objetivo: Identificar a prevalência e variabilidade da NAd aos IMS e ao TnF nos serviços e regiões brasileiras.

Material e Método

A amostra foi definida em multi-estágios pela atividade transplantadora do centro (baixa/moderada/alta) e por regiões (Sul/Sudeste–R1 e Nordeste/Norte/Centro-Oeste–R2). Por randomização foram incluídos 1.105. A NAd aos IMS foi avaliada pela Escala BAASIS e ao TnF por questionários para atividade física (AF) (<150 minutos/semana), tabagismo (atual), álcool (consumo excessivo) e falta às consultas (FC) (>1/5).

Resultados

58,5% dos pacientes eram masculinos, 51,4% brancos, idade de 47,5+12,6 anos. Dos serviços, 75,9% eram da R1, 38,2% realizavam <50 transplantes/ano e 95,8% tinham equipe multiprofissional. Os pacientes da R1 tinham maior idade, maior percentual da raça branca, diálise peritoneal como tratamento pré-TxR, estavam mais satisfeitos com a estrutura física do centro porém menos adaptados ao esquema de consultas. As prevalências de NAd no Brasil e nas regiões (R1 vs. R2) foram respectivamente: para os IMS 39,7%; 38,1% vs. 44,9%, p=0,18; para tabagismo 3,9%; 5% vs. 1%, p<0,001; para AF 69,1%; 69% vs. 71%, p=0,48; falta às consultas 12,7%; 13% vs.12%, p= 0,77 e 0% para o consumo de álcool. A NAd nos serviços variou de 11 a 65,2% aos IMS; 44,5 a 90% à AF; 0 a 23,7% à FC; 0 a 14% ao tabagismo.

Discussão e Conclusões

Primeiro estudo sobre prevalência e variabilidade da NAd ao tratamento em TxR nas regiões do Brasil. A despeito das diferenças entre os centros e grande variabilidade, apenas a NAd ao fumo foi maior na região de maior acesso ao TxR.

Palavras Chave

não aderência ao tratamento;transplante renal;imunossupressão;comportamentos de saúde;tratamento não farmacológico;estudo multicêntrico