Dados do Trabalho

Título

Abscesso pulmonar causado por Saccharopolyspora rosea (ordem Actinomycetales) em receptor de transplante de rim/pâncreas

Introdução

Infecções em pacientes transplantados possuem elevada morbi-mortalidade, impactando negativamente na qualidade de vida do receptor. Embora as infecções por micobactérias e fungos sejam mais prevalentes, outros agentes podem causar infecções com alto impacto na sobrevida do enxerto e do paciente

Material e Método

Descrever o primeiro caso abscesso pulmonar em paciente transplantada causado por um raro agente (Saccharopolyspora rosea; ordem Actinomycetales; Família Pseudonocardiaceae)

Resultados

Mulher de 39a, residente em MG, receptora de Tx-Rim/pâncreas em 10/2009. Procurou o serviço em 12/2017 (8 anos pós Tx) com calafrios e dor em hemitórax esquerdo que piorava com a inspiração. Negava febre e tosse. Foi realizada CT de tórax que revelou extensa coleção com nível líquido de 5 cm no em lobo superior esquerdo, associada a broquiectasias e densificação do parênquima adjacente. Foi iniciado tratamento para abscesso pulmonar com ceftriaxona e clindamicina. As sorologias para Aspergillus, Histoplasma, Paracoccidioides, látex sérico para Cryptococcus e galactomanana resultaram negativas. Foi realizado LBA com pesquisa direta, cultura e PCR para M. tuberculosis negativos. Houve crescimento de colônias puras e rugosas em 2 tubos de Sabouraud, gram positivas, sugestivas de bactérias filamentosas. A identificação de Saccharopolyspora rosea só foi possível pelo sequenciamento. Recebeu alta com moxifloxacina por 28 dias. A paciente evoluiu com cura clínica e radiológica

Discussão e Conclusões

Saccharopolyspora raramente é descrita como agente de infecção. S. rosea foi relata apenas uma vez em lavado broncoalveolar de paciente portador de carcinoma brônquico. Descrevemos o segundo caso da literatura, sendo o primeiro em transplantado de órgãos, com boa evolução após uso de quinolona por período prolongado

Palavras Chave

Saccharopolyspora, Tx-RP