Dados do Trabalho

Título

Análise qualitativa da adesão ao tratamento pós-transplante hepático em adultos

Introdução

A má adesão ao tratamento pós-transplante é recorrente e é possível que haja um fator inerente ao paciente que interfere em suas decisões de autocuidado. O objetivo deste estudo é compreender os fatores que influenciam a adesão ao tratamento pós-transplante hepático.

Material e Método

Foi realizado um estudo qualitativo em São Paulo, com pacientes adultos, independentes e transplantados hepáticos há pelo menos 3 meses. Os pacientes foram selecionados por amostragem intencional e o tamanho da amostra foi definido por saturação dos dados. As entrevistas semi-estruturadas foram gravadas, transcritas e analisadas a partir da Análise de Conteúdo de Bardin.

Resultados

19 pacientes, entre 23 e 75 anos de idade, com 7 meses a 18 anos de transplante, indicaram em geral boa adesão ao tratamento. Relatam que tem vida normal e destacam a restrição de álcool, o uso correto dos imunossupressores e uma alimentação saudável como cuidados pós-transplante. Um paciente teve dificuldade em aceitar o adoecimento e o tratamento pelo diagnóstico súbito; quando melhorou deu um novo valor à vida e aderiu ao tratamento. Apenas um paciente referiu não tomar as medicações corretamente, não comparecer às consultas com regularidade e usar substância psicoativa, possivelmente pela frustração quanto aos resultados do transplante.

Discussão e Conclusões

Estudos recentes em transplante hepático e transplante renal obtiveram resultados semelhantes quanto à experiência de adesão ao tratamento pós-transplante. A auto-regulação e a incorporação do uso de imunossupressores, alimentação saudável e atividade física à rotina dos pacientes favoreceu a adesão ao tratamento a longo prazo. Capacitar os pacientes a desenvolverem essas habilidades pode ser então a chave para a melhora de desfechos.

Palavras Chave

Transplante hepático; adesão; pesquisa qualitativa; análise de conteúdo