Dados do Trabalho

Título

PERFIL DOS PACIENTES PRIORIZADOS PARA TRANSPLANTE RENAL. ANÁLISE COMPARATIVA EM GRANDE REGISTRO COM 54.000 PACIENTES

Introdução

Receptores priorizados(Pr) para transplante renal(TR) constituem parcela expressiva da transplantação, mas há poucos estudos sobre o perfil destes pacientes.

Material e Método

Analisaram-se dados gerais do sistema estadual de transplantes de São Paulo de 2000 a 2017 e compararam-se variáveis de receptores Pr e não Pr(NPr), visando avaliar sua dinâmica em lista de espera e pós-TR.

Resultados

No período estudado, 63.581 pacientes foram inscritos na fila de TR do estado de São Paulo. Destes, 1733(2,7%) foram receptores Pr, sendo 834(48,1%) da capital. Entre as causas de priorização, citam-se: 1) Impossibilidade de acesso para diálise(IAD) em 1486(85,7%); 2)Casos especiais em 70(4%); 3) Pós-doação renal em 41(2,3%); 4) Pós Tx de outro órgão em 136(8%). Notou-se redução global das priorizações de 3% para 2% nos anos mais recentes(p<0,0001). Receptores Pr foram mais jovens(44,3 x 50,6 anos,p=0,006) e mais sensibilizados(19,8% x 7,6% de pacientes com PRA>80%,p=0,02), apresentando maior tempo em diálise(67,2 x 55,4 meses, p=0,004), menor remoção da lista(10,1% x 29,1%,p=0,004), maior transplantabilidade(80,7% x 34,6%,p<0,001) e óbito em lista semelhante(8,2% x 15,6%,p=0,11). A sobrevida de 5 anos pós-TR foi menor entre os Pr tanto de paciente(71,1% x 82,6%) como de enxerto(64,9% x 76,4%).

Discussão e Conclusões

Concluiu-se que receptores Pr representam 2 a 3% da lista de TR, tendo na IAD a grande maioria das indicações. Tem havido redução significativa dos Pr em lista, principalmente por IAD, mas com crescimento das outras indicações. Os receptores Pr são mais jovens, mais sensibilizados, com maior tempo em diálise e menor remoção da lista. Apresentam maior transplantabilidade do que os NPr, mas com sobrevida de paciente e enxerto inferior.

Palavras Chave

Transplante Renal, sensibilizados, priorização