Dados do Trabalho

Título

Fatores de risco para bacteremia por Enterobactéria resistente a carbapenêmicos entre os pacientes transplantados de rim

Introdução

As infecções de Enterobacterias resistentes a carbapenêmico (CRE) são associadas a alta morbidade e mortalidade em receptores de transplante renal (TR).
O objetivo deste estudo é identificar fatores de risco para bacteremia entre receptores de TR colonizados por CRE.

Material e Método

Esta foi uma coorte retrospectiva que incluiu todos os pacientes pós-TR que identificaram CRE em cultura clinica ou de vigilância de janeiro de 2010 a janeiro de 2019. A vigilância de CRE foi realizada na admissão hospitalar e semanalmente até alta para todos os pacientes internados na enfermaria e unidade de terapia intensiva. Os dados foram obtidos a partir dos registros do controle de infecção hospitalar e do prontuário do Serviço de TR. O desfecho analisado foi bacteremia por CRE pós-TR. Foi avaliada a primeira bacteremia. Foram analisadas variáveis do doador e receptor, da cirurgia do TR e intercorrências pós-TR. A análise estatística foi feita por regressão de Cox.

Resultados

Foram incluídos 332 pacientes pós-TR colonizados, 48.5% do sexo feminino, média de idade 51 anos a doença de base mais frequente foi nefropatia diabética (27.1%); 10.8% retransplantes, 6.9% eram colonizados pré-TR. Foram identificados 55 (16.6%) pacientes com bacteremia, a média de tempo entre o TR e a bacteremia foi de 58.4 dias, 96.3% foram por K. pneumoniae, 36.4% foram resistentes a polimixina. A mortalidade em 30 dias dos pacientes com bacteremia foi de 40.0%. O único fator de risco identificado para bacteremia por CRE na análise multivariada foi tratamento de rejeição celular aguda (RCA) nos últimos 6 meses (p=0.04 HR 1.81 IC95% 1.23-4.56).

Discussão e Conclusões

As bacteremias por CRE pós-TR foram associadas à alta mortalidade em 30 dias, entre os pacientes colonizados o tratamento de RCA aumenta o risco de bacteremia.

Palavras Chave

bacteremia, CRE, rejeição celular