Dados do Trabalho

Título

O impacto da hemocultura positiva em doadores falecidos nos resultados do transplante hepático

Introdução

Diante da escassez de órgãos para transplante, a segurança quanto ao uso de doadores bacterêmicos é discutida. Este estudo objetivou avaliar o impacto da hemocultura positiva em doadores falecidos nos resultados do transplante hepático (TH).

Material e Método

Foram revisados os dados clínicos e laboratoriais dos doadores e respectivos receptores submetidos a TH no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal entre 2014 e 2017, totalizando 233 TH. No momento da extração do enxerto, foi coletado um par de hemoculturas do doador. Os pacientes foram divididos retrospectivamente em dois grupos: hemocultura positiva e negativa. Foram analisados os resultados pós-operatórios, a mortalidade em 30 dias, a sobrevida do receptor e do enxerto. Considerou-se associação significativa se p<0,05.

Resultados

Os dois grupos foram homogêneos em relação às variáveis pré-operatórias. A mortalidade em 30 dias, as sobrevidas do receptor e do enxerto não diferiram significativamente entre os dois grupos. Os preditores independentes de falência do enxerto e de óbito do receptor foram o escore Child-Pugh maior ou igual a 10 (RR=2,44, p=0,006; e RR=2,79, p=0,004, respectivamente) e retransplante (RR=4,05 p=0,003; e RR=3,42, p=0,021, respectivamente).

Discussão e Conclusões

A hemocultura positiva no doador falecido não foi associada a resultados adversos pós-TH. Apenas o escore Child-Pugh maior ou igual 10 e retransplante foram considerados preditores independentes de menor sobrevida do enxerto e do receptor. Os resultados corroboram a literatura e sugerem o uso de doadores bacterêmicos como alternativa segura no contexto da escassez de órgãos.

Palavras Chave

transplante hepático;
doador falecido;
hemocultura positiva;
preditores;
sobrevida.