Dados do Trabalho

Título

Variação técnica no transplante uterino, reduzindo tempo de isquemia quente em modelo animal

Introdução

O transplante uterino é uma modalidade terapêutica cirúrgica, para o tratamento de pacientes portadoras de infertilidade com fator uterino exclusivo. A técnica do transplante uterino, classicamente utilizada foi descrita por Brännström M. e col. em 2014, aonde as anastomoses vasculares são realizadas em ambos os lados do enxerto e após este é revascularizado.
O objetivo deste trabalho é padronizar uma técnica de revascularização do enxerto uterino, que possibilite a redução do tempo de isquemia quente do enxerto. Nessa técnica, a revascularização do enxerto é feita de forma sequencial, isto é, são realizadas as anastomoses vasculares de um lado do enxerto, revascularização do órgão e sequencialmente as anastomoses contralaterais.

Material e Método

Foram utilizadas ovelhas adultas com peso médio de 45kg. Foi realizada a técnica de autotransplante uterino em um total de 6 animais divididos em dois grupos: revascularização simultânea (SI) (n=3) e revascularização sequencial (SE) (n=3) do enxerto. Foram avaliados o aspecto macroscópico e os tempos de isquemia quente e fria do enxerto.

Resultados

No grupo SE o lado contralateral à revascularização apresentou perfusão um pouco mais lenta, porém, completa e homogênea, mesmo antes da anastomose vascular deste lado. O tempo de isquemia fria foi semelhante entre os grupos 71,67 min.(±7,23) no SE versus 89,33 min.(±11,02) no SI (p=0,200) e, embora com evidência estatística baixa, o tempo de isquemia quente foi claramente maior no grupo SI, com 68,67min.(±5,03) versus 33 min.(±2,65) no SE (p=0,010).

Discussão e Conclusões

A técnica de revascularização sequencial do enxerto se mostrou factível e embora com evidência estatística baixa, o tempo de isquemia quente foi claramente menor nesse grupo.

Palavras Chave

Transplante, útero, isquemia quente