Dados do Trabalho

Título

FATORES DE RISCO PARA TROMBOSE DA ARTÉRIA HEPÁTICA PÓS-TRANSPLANTE HEPÁTICO: ESTUDO COMPARATIVO RETROSPECTIVO.

Introdução

A trombose de artéria hepática (TAH) é complicação rara mas muito grave do transplante (tx) hepático, com evolução para retx ou óbito. O estudo teve objetivo de identificar fatores de risco não relacionado à técnica cirúrgica para sua ocorrência.

Material e Método

Estudo retrospectivo, comparativo, de receptores, doadores e atos cirúrgicos envolvidos em tx hepáticos realizados entre 2008 e 2017. Foram considerados TAH aquelas confirmados por método de imagem. Receptores com sobrevida < que 15 dias foram excluídos. Foi realizada análise uni e multivariada.

Resultados

Incluídos 404 casos de tx hepáticos, mediana de idade 53,1 anos, 68% homens. A incidência de trombose foi 5,2%. Sexo e altura do doador apresentaram significância estatística (p<0,05). Para análise multivariada foram acrescentadas variáveis com p<0,20 e relevância clínica: idade > 40 anos, MELD, RNI, albumina sérica, plaquetas, presença de hipertensão porta, volume da ascite, tempo de isquemia quente e causa da morte encefálica (ME). Causa da ME e o MELD > 25 permaneceram relacionadas à TAH. A chance de TAH quando doador com TCE é 89% < que com doadores com AVC (OR=0,11; IC95% 0,01-0,84; p=0,033). A chance de TAH entre pacientes com MELD>25 é 6,5 vezes > que pacientes com MELD=<25 (OR=6,5; IC95% 1,1-37,1; p=0,037).

Discussão e Conclusões

Pacientes com MELD>25 ou com doadores com AVC devem receber medidas profiláticas mais intensas. A relação da maior correção de coagulopatia nos pacientes mais graves com a incidência de trombose deve ser investigada. A etiologia do AVC, se isquêmico ou hemorrágico, também levanta novas possibilidades de correlação com tromboses. São os fatores de risco não-cirúrgicos que mais impõem surpresas nos casos onde a perfomance da anastomose não suscitava preocupação ao cirurgião.

Palavras Chave

Transplante hepático; trombose artéria; complicações