Dados do Trabalho

Título

Histoplasmose após transplante renal: casuística de um hospital-escola do estado de São Paulo

Introdução

Histoplasmose é uma micose em que a maioria dos pacientes fica assintomática, porém transplantados de órgãos sólidos tem alto risco de desenvolver doença sistêmica.

Material e Método

Estudo transversal, retrospectivo.

Resultados

Foram transplantados 511 pacientes entre 2010 e 2019. Seis (1,17%) apresentaram histoplasmose (todos do sexo masculino, média de idade de 49,6 anos, 5 deles após 2 anos do transplante), diagnosticados por contraimunoeletroforese, biópsia, cultura, tomografia ou ressonância. Desses pacientes, dois se manifestaram no trato respiratório e pele (seios da face e pulmão), um exclusivamente em laringe e pulmão, um no cerebelo, um na medula óssea (como neutropenia) e outro articular. Não houve óbitos, três evoluíram para cura (tratamento com anfotericina e manutenção com fluconazol) e os demais ainda estão em tratamento.

Discussão e Conclusões

Pacientes imunossuprimidos podem manifestar a histoplasmose por sintomas constitucionais e específicos do órgão acometido (trato respiratório em mais de 80% dos casos), geralmente precoces (até dois anos após o transplante), de evolução rápida e às vezes atípica (com choque, falência orgânica e óbito) se não tratada rapidamente. Este estudo mostrou que a maioria dos pacientes com diagnóstico de histoplasmose apresentou evolução crônica e não fatal, enfatizando que é necessário considerá-la como diagnóstico diferencial em quadros respiratórios, cutâneos e febris em transplantados renais, e que o diagnóstico precoce é importante para a boa evolução do paciente.

Palavras Chave

Histoplasmose; transplante renal