Dados do Trabalho

Título

Ruptura de Pseudoaneurisma anastomótico: uma complicação dramática da transplantação renal

Introdução

A ruptura do pseudoaneurisma anastomótico é uma complicação rara (0,3%) e catastrófica do transplante renal, podendo exigir transplantectomia e ser letal.

Material e Método

Descreve-se o caso de um homem, 56 anos, admitido a 9 de Novembro de 2016 para transplante de dador cadáver.

Resultados

O enxerto foi colocado na fossa ilíaca direita, as anastomoses realizaram-se aos vasos ilíacos externos. No 2ª dia de pós-operatório observou-se queda de hemoglobina (6,7 g/dL). O ecodoppler não revelou alterações. Observou-se excelente diurese e redução rápida da retenção azotada. O doente teve alta ao 13º dia de pós-operatório e foi reinternado a 29 de novembro por febre e dor abdominal. A ecografia notou colecção com 5x3,5 cm sugestiva de linfocelo. No 2º dia de internamento verificou-se agravamento da dor e instabilidade hemodinâmica. A angio-TC detectou um hematoma perirrenal com 17x12 cm de densidade elevada e área de aspecto sacular na artéria ilíaca. A laparotomia identificou volumoso hematoma, tendo a hemorragia origem numa ruptura na artéria ilíaca externa direita adjacente à anastomose. Foi necessário clampar a aorta abdominal acima da bifurcação das ilíacas para controlo hemostático. Procedeu-se à transplantectomia e exérese de segmento da ilíaca externa com interposição de prótese numa extensão de 5 cm. Intraoperatoriamente administraram-se 7 unidades de concentrado eritrocitário, 3 unidades de plasma fresco, 2 g de fibrinogénio e 1 g de ácido tranexâmico. O doente permaneceu na medicina intensiva por 11 dias. Em maio de 2017 foi submetido a novo transplante de dador cadáver. Permanece com óptima função renal.

Discussão e Conclusões

Várias revisões literárias recentes afirmam que o ideal será prevenir a ruptura dos pseudoaneurismas através da sua identificação e tratamento precoces.

Palavras Chave

pseudoaneurisma anastomótico; ruptura;