Dados do Trabalho

Título

Eficácia e segurança dos inibidores da mTOR na imunossupressão de receptores de transplante renal de alto risco imunológico

Introdução

Este estudo objetivou avaliar os desfechos de eficácia e segurança de 1 ano de regimes baseados em tacrolimo (TAC) em associação com inibidores da mTOR (mTORi) em receptores de transplante renal (TxR) de alto risco imunológico.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectiva de centro único incluindo pacientes de alto risco imunológico, definido pela presença de anticorpos específicos contra o doador (DSA) preformados >1500 MFI, receptores de TxR com doador falecido realizados entre 2013-2017, os quais receberam TAC em associação com mTORi, sirolimo ou everolimo e esteroides (n=59). Todos receberam indução com timoglobulina 6mg/Kg. Pacientes com DSA 1500-3000 MFI receberam imunoglobulina humana (IVIG) 2g/kg na primeira semana após o TxR. Aqueles com DSA>3000 MFI foram submetidos a sessões de plasmaferese (3-7 sessões) intercaladas com IVIG.

Resultados

A maioria (71%) era do sexo feminino, 42±15 anos, 74% pardos, 46% portadores de doença renal de etiologia indeterminada. 44% eram retransplantes e 25% transplantados sob prioridade, com tempo médio em diálise de 54±53 meses. 97% receberam rins de doadores falecidos ideais com 3,8±1,3 mismatches HLA. A incidência de função tardia do enxerto foi de 48%. 22% tiveram eventos por citomegalovirus, 12% eventos por BKV. 51% necessitaram de reinternação por infecções. 12 (20%) pacientes apresentaram episódios de rejeição aguda (RA) comprovadas por biópsia: 2 IB, 8 RA mediadas por anticorpos e 2 mistas. Ao final de 1 ano, 12 (20%) pacientes necessitaram modificar o regime imunossupressor, 6 (10%) perderam o enxerto e nenhum morreu.

Discussão e Conclusões

A combinação de mTORi e TAC em pacientes de alto risco imunológico foi segura e eficaz no curto prazo. Estudo incluindo grupo controle com micofenolato está em andamento para possibilitar conclusões mais robustas.

Palavras Chave

inibidor da mTOR