Dados do Trabalho

Título

Doação em paragem cardio-circulatória: mudança de paradigma e implicações na atividade de uma Unidade de Transplante Renal

Introdução

O aumento da demanda e a escassez de órgãos disponíveis para transplantação renal levou à aceitação de rins de dadores mais marginais, com a introdução recente do transplante de dador em paragem cardio-circulatória (DCD) em Portugal.

Material e Método

Comparar a função do enxerto entre DCD (Maastricht II), dadores de critérios standard (SCD) e dadores de critérios expandidos (ECD) no final da 1ª semana, à alta e num follow up (FUP) de 3 e 6 meses, bem como tempo de internamento, caraterísticas do dador e receptor e caraterísticas do procedimento através da avaliação de uma coorte retrospetiva dos doentes submetidos a transplante renal entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2018

Resultados

Realizaram-se 72 transplantes renais (30 SCD, 26 ECD, 9 DCD e 7 de dador vivo). A função tardia do enxerto foi superior no DCD (89,9%) vs SCD (20,7%) e ECD (26,9%) (p <0,01). A creatinina à alta foi superior no DCD (2,36±0,6 mg/dL) vs SCD (1,56±0,71 mg/dL) (p=0,007), mas não com ECD (1,88±1,47 mg/dL) (p = 0,185). A diferença no FUP de 3 e 6 meses não foi significativa para DCD (1,31±0,26 mg/dL; 1,36±0,27 mg/dL) vs SCD (1,51±0,76 mg/dL; 1,57±0,74 mg/dL) (p=0,260 e p=0,336) e ECD (1,60±0,63 mg/dL; 1,86±0,92 mg/dL) (p=0,106 e p=0,094). O tempo de internamento foi superior no DCD (27,3±14,4 dias) vs SCD (16,9±14,0 dias) e ECD (25,4±17,0 dias) mas não estatisticamente significativa (p=0,078 e p=0,748, respetivamente)

Discussão e Conclusões

A implementação do programa de DCD permitiu aumentar o número de transplantes, com bons resultados num FUP de 3 meses. Apesar da diferença na função tardia do enxerto, na sua função à alta e na duração da internamento, a creatinina aos 3 meses foi equivalente entre DCD, SCD e ECD

Palavras Chave

paragem cardio-circulatória