Dados do Trabalho

Título

Adesão aos imunossupressores em pacientes submetidos ao transplante de fígado

Introdução

Adesão ao tratamento imunossupressor (ISS) é essencial para sobrevivência do órgão transplantado. Rejeição, perda do enxerto e óbitos têm sido associados à não adesão (NA) aos imunossupressores. Este estudo objetiva conhecer a prevalência de adesão ao tratamento ISS em pacientes transplantados de fígado, identificando os potenciais fatores de risco para este comportamento.

Material e Método

Entrevistado pacientes transplantados de fígado (aplicado escala BAASIS e questionário sociodemográfico) e obtido dados clínicos dos prontuários no período de 2016 a 2017, as variáveis foram comparadas entre aderentes e não aderentes.

Resultados

Um total de 300 transplantados foram entrevistados, destes 62% eram do sexo masculino, 52,7% tinham 50 anos ou mais, 57,3% estavam casados, 74% tinham 5 anos ou mais de transplante (tx) e os que transplantaram em situação especial foram 21,7%. Destes, 61,3% foram aderentes ao tratamento ISS. Os fatores de risco identificados foram ter 5 anos ou mais de tx (p=0,027) e ser solteiro (p=0,08). Os fatores independentes de proteção para adesão ao regime ISS foram: transplantar em situação especial (p=0,004; OR 0,52; IC=0,28:0,97), ser casado (p=0,007; OR 0,44; IC 0,24:0,79) e ser separado ou divorciado (p=0,001; OR 0,20; IC 0,08:0,54). O tempo de tx de 5 anos ou mais (p=0,056; OR 1,76; IC 0,99:3,13) apresentou tendência à significância no risco de NA.

Discussão e Conclusões

Adesão ao tratamento ISS encontrada (61,3%) está dentro da faixa de adesão registrada sobre o tema. Ser solteiro e possuir 5 anos ou mais de tx também surgiram em outros estudos como fator de risco a NA. Já ser casado, separado/divorciado e ter sido transplantado em situação especial foram identificados como fatores protetores para adesão exclusivos deste estudo.

Palavras Chave

Transplante de fígado, agente imunossupressor, adesão medicamentosa.