Dados do Trabalho

Título

Compreendendo o processo de doação na visão de famílias que optaram pela recusa - o que faltou nesse processo?

Introdução

Comprovada estatisticamente ao longo dos anos, a recusa familiar é a principal causa de não doação no Brasil e em outros países, sendo desafiante aos profissionais de saúde, a população e ao poder público, minimizá-la. Estudos revelam que as pessoas não têm as informações necessárias para tomar decisões sobre doar os órgãos dos membros da família, ou não compreendem o processo de doação.Objetivo: Constatar na perspectiva da família de potenciais doadores elegíveis, não efetivos devido a recusa familiar, as características do atendimento recebido durante a hospitalização de seu ente falecido e conhecer as necessidades de cuidados requisitados por familiares que vivenciaram a possibilidade de doar.

Material e Método

Estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa. Após entrevistar 10 familiares que recusaram a doação no ano de 2015 e cuja morte encefálica do parente havia sido notificada pela Organização de Procura de Órgãos, no Estado de São Paulo, as entrevistas foram interrompidas devido a saturação das respostas. Os depoimentos obtidos sofreram análise de conteúdo.

Resultados

Predominou-se, entre os familiares, indivíduos brancos, do gênero feminino, casados, residentes nas redondezas de Campinas, católicos e concluintes do ensino fundamental e médio. Na análise dos discursos, categorizou-se: insatisfação familiar com os serviços prestados nas unidades de emergências durante a vivência da morte encefálica do ente falecido; necessidade de apoio psicossocial aos familiares e de humanizar o processo de doação.

Discussão e Conclusões

As internações nos serviços de urgência geraram insatisfação nas famílias, sendo apontado muitas vezes como locais não ideais para manter o potencial doador. A falta de suporte psicossocial e de humanização potencializa a decisão da recusa

Palavras Chave

Morte encefálica; Recusa de participação;