Dados do Trabalho

Título

Perfil dos pacientes com hepatite fulminante e efetividade do transplante hepático em serviço de Minas Gerais

Introdução

A hepatite fulminante (HF) é causa importante de transplante hepático (TxH). Acarreta grande morbimortalidade, devendo ser identificada de forma precoce para manejo em centro especializado.

Material e Método

Análise do registro de pacientes (pcts) com HF na Santa Casa de Belo Horizonte de março de 2016 a abril de 2019. Dados analisados por frequências e médias.

Resultados

No período foram realizados 55 TxH e diagnosticados 9 pcts com HF, sendo 6 (66,7%) transplantados e 3 (33,3%) óbitos antes da cirurgia. Pcts com HF tinham idade média de 29,5 anos, 77,8% mulheres e escore MELD médio de 35,2. Dois casos(22,2%) foram atribuídos à febre amarela, 1 caso(11,1%) à síndrome HELLP, 1 caso à hepatite autoimune, 1 caso à reativação de vírus B e nos outros 4 casos(44,4%) não foi identificada a causa. Dentre os transplantados, 2(33,3%) evoluíram para óbito, sendo a sobrevida pós TxH de 66,7% e a sobrevida por intenção de tratar de 44,4%.

Discussão e Conclusões

A incidência anual de HF é 5,5 casos/milhão de pessoas. Nos países em desenvolvimento predominam as hepatites virais, mas 15 a 22% dos casos não possuem etiologia definida. Antes do advento do TxH, a mortalidade por HF ultrapassava 80%. Atualmente a sobrevida global pós TxH é cerca de 70%. No entanto, a sobrevida por intenção de tratar é bem mais baixa, o que pode suscitar questionamentos sobre a efetividade do TxH nesse cenário. Concluimos que os resultados no serviço de TxH da Santa Casa são semelhantes aos fornecidos pela literatura. A HF é condição grave que demanda rápida detecção e transferência para centro especializado para benefício na sobrevida.

Palavras Chave

hepatite fulminante; transplante hepático