Dados do Trabalho

Título

Infecção por Influenza A em receptores de transplante renal: preditores de internação hospitalar, internação em unidade de terapia intensiva e mortalidade hospitalar

Introdução

A infecção pelo vírus da influenza pode estar associada à infecção grave em pacientes imunodeprimidos, como os receptores de transplante renal.

Material e Método

Foram analisadas a apresentação clínica e evolução de receptores de transplante renal com diagnóstico de Influenza A em um hospital terciário no período de 2009 a 2018. Coletamos informações sobre o tipo de procedimento de transplante, número de transplantes prévios, duração do transplante, regime de imunossupressão, tratamento da influenza, comorbidades, presença de coinfecções, escore de avaliação de falha de órgãos sequencial (SOFA), admissão hospitalar e na UTI e mortalidade hospitalar.

Resultados

Foram incluídos 73 indivíduos (idade 47 ± 13 anos, 60% do sexo masculino), 51 (73%) apresentavam febre, 66 (94%) tosse. A duração dos sintomas antes da coleta do exame diagnóstico teve uma mediana de 4 (2 - 7) dias, e 72 (99%) foram tratados com oseltamivir. 11 (15%) indivíduos apresentaram coinfecção. Entre os pacientes analisados 34 (46%) foram internados, incluindo 13 (18%) casos admitidos na UTI e 6 (8%) indivíduos que morreram na mesma internação. O tipo de doador e tempo de transplante não foram associados a internação hospitalar. A linfopenia foi associada à internação hospitalar e em UTI, mas não com morte. O escore SOFA foi associado a maior probabilidade de admissão, internação na UTI e morte (p <0,001). A presença de coinfecção também esteve associada à internação hospitalar (p <0,001) e à internação na UTI (p = 0,02).

Discussão e Conclusões

Em receptores de transplante renal com infecção por influenza A, a presença de linfopenia, escore SOFA e presença de coinfecção estão associados a maior probabilidade de hospitalização e internação na UTI e morte.

Palavras Chave

Influenza, transplante renal, internação hospitalar, mortalidade