Dados do Trabalho

Título

USO DE ENXERTOS DE DOADORES COM O MARCADOR ANTI-HBC POSITIVO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

Introdução

A escassez de órgãos para transplante se tornou um grande desafio frente à disparidade entre o número de doadores e de indivíduos na lista de espera. Em decorrência disso, muitos centros transplantadores passaram a considerar o uso de órgãos em critério expandido, com algum potencial de transmissão de infecções, como a hepatite viral. Objetivou-se analisar a ocorrência de hepatite B em receptores de enxertos hepáticos anti-HBc positivo (+).

Material e Método

Tratou-se de um estudo retrospectivo realizado com 35 receptores de enxerto hepático com marcador anti-HBc (+) entre 2014 e 2017, em um centro referência Norte-Nordeste em transplante de fígado. Foram excluídos 6 receptores por transferência para outros centros ou informações incompletas. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética CAAE:78793317.7.0000.5054.

Resultados

No período, 41 (7%) pacientes receberam enxertos de doadores anti-HBc (+), destes 35 foram analisados. A principal causa de indicação do transplante foi a hepatite viral, sendo 25,7% por vírus B e 42,2% por vírus C. Foram observados dois casos de infecção da hepatite B em pacientes transplantados por cirrose alcoólica e pela sindrome de Budd-Chiari, ambos com perfil sorológico HbsAg (-) e Anti-HBs (+). No pós-transplante, foi detectado HBsAg (+) em um receptor com 1 ano e 1 mês após a cirurgia, e no outro com 2 anos e 5 meses. Os pacientes seguem em tratamento com Entecavir 5 mg ao dia.

Discussão e Conclusões

O DNA do vírus da hepatite B pode persistir no soro ou no fígado de indíviduos que são HBsAg (-), mas anti-HBc (+), e enxertos de doadores com este perfil sorológico podem transmitir o vírus. Recomenda-se o seguimento criterioso dos receptores de enxerto hepático anti-HBc (+), com rastreio sorológico e imunoprofilaxia no pós-transplante.

Palavras Chave

Transplante hepático; Anti-HBc; hepatites