Dados do Trabalho

Título

Câncer bucal após transplante renal

Introdução

A imunossupressão prolongada dos pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos os deixa suscetíveis ao desenvolvimento de uma grande variedade de neoplasias.¹

Material e Método

Paciente do sexo feminino, 41 anos, submetida a transplante renal de doador vivo no ano 2000 por glomerulonefrite membranoproliferativa, após 2 anos e 8 meses de hemodiálise. Admitida no Pronto Socorro em março de 2016 por quadro de icterícia, relatando intensa dor epigástrica associada a vômitos na semana anterior que evoluiu com melhora da dor e surgimento da icterícia.
A paciente foi avaliada pela equipe de odontologia do hospital e relatou ocorrência de abcesso odontogênico há 2 meses, com exodontia do dente 47 uma semana antes da internação. Ao exame clínico, foi identificada uma lesão na região operada, razão pela qual a paciente foi encaminhada para o Ambulatório de Odontologia, orientada a agendar consulta após a alta hospitalar.

Resultados

Ainda em março de 2016, paciente compareceu ao ambulatório apresentando lesão exofítica ulcerada, de bordas endurecidas e fundo necrótico, medindo cerca de 20 mm, assintomática, em região de rebordo alveolar inferior direito, abrangendo região vestibular e lingual. Relatou fazer uso de Prednisona, Azatioprina e Ciclosporina. Foi realizada biópsia incisional das regiões vestibular e lingual da lesão. O laudo do exame anatomopatológico indicou carcinoma espinocelular de gengiva, moderadamente diferenciado invasivo.
Após encaminhamento para o Ambulatório da Cirurgia de Cabeça e Pescoço, foi realizado estadiamento da neoplasia, indicando tumor cT4aN0M0.

Discussão e Conclusões

A paciente foi submetida a mandibulectomia segmentar, de 43 a 48 e esvaziamento cervical de nível I a IV do lado direito.
Segue em acompanhamento.

Palavras Chave

Transplante renal; odontologia hospitalar; pacientes com necessidades especiais