Dados do Trabalho

Título

Estado sorológico para CMV dos doadores de órgãos do estado do Ceará nos últimos seis anos

Introdução

Receptores de órgãos tornam-se susceptíveis a primo-infecção pelo citomegalovírus (CMV), transmitida por meio do enxerto, e reativação, quando o receptor é soropositivo. Os efeitos podem ser tanto o desenvolvimento da doença, quanto o aumento no risco de rejeição aguda ou de disfunção crônica do enxerto. O objetivo foi determinar o estado sorológico para CMV dos doadores de órgãos do Ceará.

Material e Método

Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, com busca ativa das notificações de doadores falecidos efetivados pela Central de Transplantes do Estado do Ceará, entre 2013 e 2018. Os seguintes dados foram avaliados: número de doadores efetivados, idade, sexo, sorologia para CMV.

Resultados

No período avaliado foram efetivados 985 doadores, com média de idade de 39,1 ± 17 anos, sendo 661 (67,1%) homens. A média de idade das mulheres foi superior a dos homens (42,5 ± 16,4 e 37,4 ± 17,5 anos, respectivamente, p<0,0001). Do total, 877 (89%) doadores tinham sorologia IgG reagente para CMV, sendo essa prevalência maior nos homens (65,3%) do que nas mulheres (34,7%, p<0,0001). No período avaliado, um total de 1.692 transplantes renais foram realizados no Ceará, sendo que 88,8% deles foram realizados com rins oriundos de doadores IgG reagente para CMV.

Discussão e Conclusões

Nos últimos seis anos, a maioria dos transplantes renais do Ceará foi realizada com rins oriundos de doadores IgG reagente para CMV. Esses dados reforçam a necessidade de um olhar atento, no período pós transplante, para a reativação do CMV.

Palavras Chave

CMV; Transplante renal; Infecção.