Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO A LONGO PRAZO DOS DOADORES RENAIS NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE

Introdução

Estudos recentes compararam doadores renais com pessoas saudáveis ao invés de a população geral e seus achados levantaram considerações a respeito da segurança da doação a longo prazo. Devido a possível exposição dos doadores renais a um risco até agora subestimado e o aumento nas ofertas de doadores falecidos, é importante este esclarecimento.

Material e Método

Avaliados todos os pacientes com nefrectomia unilateral para doação intervivos realizados na ISCMPA desde o início do seu programa de transplantes renais até 1998. Excluídos aqueles não encontrados em nenhuma fonte utilizada para coleta de dados, que se deu através da pesquisa em prontuários físicos e eletrônicos. As informações clínicas foram baseadas em evoluções médicas em ambulatório específico para acompanhamento dos doadores. Avaliamos a mortalidade e a progressão para DRC com necessidade de terapia substitutiva renal (TSR) e também os seus fatores de risco.

Resultados

Foram encontrados apenas 177 dos 566 doadores (31,27%). O tempo médio de acompanhamento foi de 18,15 anos, com o máximo de 38,77 anos. A população em estudo era formada por pacientes mais saudáveis, maioria não tabagista, sem hipertensão ou dislipidemia e com IMC médio menor (29). Após, 36,15% eram hipertensos, houve aumento da dislipidemia e o IMC médio aumentou para até 32. Também houve aumento significativo da proteinúria e creatinina, sendo que 6 (3,4%) progrediram com necessidade de TSR e 5 (2,82%) faleceram - 3 destes renais crônicos dialíticos.

Discussão e Conclusões

Houve maior progressão para DRC estágio final e menor mortalidade. Há necessidade urgente de melhorar o acompanhamento e banco de dados referente aos doadores renais. Devem ser investidos maiores esforços tanto na seleção dos doadores quanto no estímulo a mudanças de hábitos.

Palavras Chave

Transplante intervivos; doadores renais; doação