Dados do Trabalho

Título

Gestação gemelar após o transplante renal: relato de caso e revisão de literatura

Introdução

O transplante renal está associado à restauração da fertilidade em mais da metade das mulheres com doença renal crônica. A gravidez após o transplante pode afetar a saúde da mulher e o desenvolvimento fetal, com taxas mais altas de aborto, restrição do crescimento fetal e mortes neonatais. A gestação gemelar é uma condição de alto risco para desfechos maternos e perinatais adversos, e sua ocorrência em mulheres com transplante renal prévio é rara.

Material e Método

Relato de caso: Mulher, 32 anos, receptora de transplante renal de doador vivo, com antecedente de uma gestação anterior ao transplante, com função do enxerto normal e sem uso de método contraceptivo. Em dez semanas de amenorreia, a investigação ultrassonográfica mostrou gestação gemelar dicoriônica diamniótica. Avaliação posterior mostrou características de Síndrome de Chiari tipo II em um feto, sem anormalidades detectáveis no outro. A pressão arterial foi adequadamente controlada sem necessidade de anti-hipertensivos, e a função renal permaneceu normal, sem proteinúria. Baixa dose de ácido-acetilsalicílico e cálcio foram utilizados como profilaxia de pré-eclâmpsia. Com 33 semanas de gestação, apresentou rotura prematura de membranas com parto prematuro espontâneo. Foi realizada cesariana devido à apresentação pélvica do primeiro feto.

Resultados

A paciente persistiu com função normal do enxerto e sem rejeição durante o acompanhamento de 4 anos. As crianças apresentaram desenvolvimento normal, apesar da prematuridade e do baixo peso ao nascer.

Discussão e Conclusões

A função renal adequada é o principal preditor de resultado satisfatório em gestações após transplante renal. Gravidezes gemelares após o transplante renal são raras e são mais frequentemente associadas à prematuridade

Palavras Chave

transplante, gravidez, gestação gemelar, proteinúria