Dados do Trabalho

Título

ESTEATOSE HEPÁTICA AGUDA DA GRAVIDEZ (EHAG) EVOLUINDO COM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE

Introdução

EHAG é um distúrbio raro caracterizado por infiltração gordurosa microvesicular e insuficiência hepática materna. Acomete 1:15.000 gestações, geralmente no 3º trimestre. Fatores de risco: gestações múltiplas, feto masculino, história prévia de EHAG, coexistência de patologias hepáticas.

Material e Método

PTC, 31 anos, feminino, 32ª semana gestação gemelar masculina, evolui com icterícia súbita, colúria e queda do estado geral. Submetida a cesária de urgência. Após procedimento apresentou piora da icterícia, letargia e RNC, sendo necessário IOT. Transferida para nosso serviço com hipótese de insuficiência hepática aguda grave (IHAG). Exame físico: MEG, ictérica 4+/4, descorada 2+/4, afebril, anasarcada, hipotensa e abdome distendido. Exames laboratoriais: Hb 9,6 Leucócitos 26.080 Plaquetas 79.000 Lactato 6 BT 14,66 BD 9,84 Albumina 2,3 Glicemia 49 NH3 291,8 INR>7 Fibrinogênio< 60 Cr 1,8 U 70 Na 138 TGO 58 TGP 52. 1º DIH realizou: USG abdome: pequena dilatação de vias biliares intra-hepáticas e ascite; TC de crânio sem alterações. Seguiu em cuidados de UTI até o 4º DIH, sendo submetida a transplante hepático com órgão de doador falecido. 2º PO: elevação de enzimas hepáticas. Realizado doppler de enxerto: afilamento da veia porta e ausência de fluxo detectável (confirmado com AngioTC). Submetida a trombectomia portal por laparotomia, sem intercorrências. 4º PO: melhora clínica, extubada. 8º PO: alta da UTI. 24º PO: alta hospitalar.

Resultados

IHAG ocorre subitamente com quadro de icterícia, coagulopatia, hipoglicemia e encefalopatia, preenchendo os Critérios de King´s College para transplante hepático.

Discussão e Conclusões

A gravidade da EHAG ressalta a necessidade do rápido manejo (parto imediato e suporte materno em UTI), com níveis de mortalidade de 100% se não tratados.

Palavras Chave

ESTEATOSE HEPATICA AGUDA; GESTAÇÃO; TRANSPLANTE;