Dados do Trabalho


Título

Ancestralidade da Psique na Doação e no Transplante de Órgãos

Introdução

O mundo moderno é marcado pelo progresso técnico-científico, o que possibilitou ao homem repensar seu papel e poder tanto em relação à natureza quanto ao seu semelhante. Falta um olhar para a alma que participa do mundo cyber, mas também guarda sua ancestralidade expressa através do mundo imaginário experienciado nos acontecimentos da vida. Objetivo: refletir e identificar fantasias e crenças que são suscitadas no processo de transplante fazendo relações com mitos e crenças milenares.

Material e Método

Qualitativo e reflexivo. Levantamento e reflexão de dados da literatura, atendimentos e pesquisas sobre o assunto, análise de mitos e crenças que permeiam o imaginário coletivo e influenciam a decisão de doar /receber ou não um órgão.

Resultados

O corpo humano é apreendido pelo homem de forma simbólica, isto é, há um corpo físico, real, mas um corpo simbólico que é repleto de fantasias e idealizações, além das funções orgânicas. Dados da literatura corroboram com a experiência deste serviço. Identificou-se dentre os motivos da não doação de órgãos: transgredir um tabu, ultrapassar o limite da natureza, dificuldade em aceitar que um órgão repleto de fantasias e crença na reencarnação/ressurreição.

Discussão e Conclusões

Observou-se imagens de desmembramento, luto, renovação, culpa entre as famílias doadoras, as quais devem ser acolhidas e trabalhadas, pois se minimizadas podem representar um entrave na doação. Quanto aos receptores, pouco espaço tem sido dado para explorar sentimentos, percepções e crenças de se ter um órgão de um doador falecido, desconhecido, dentro de si. Essas percepções e crenças ancestrais são fundamentais para compreender e ter uma intervenção mais sensível, perspicaz que promova uma doação e recepção mais efetiva.

Palavras Chave

Transplante de Órgãos, Obtenção de Tecidos e Órgãos, Psicologia Aplicada,Psicologia Médica

Área

MULTIDISCIPLINAR - Psicologia/Serviço Social

Instituições

Divisão de Clínica Urológica/Serviço de Transplante Renal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil, Divisão de Psicologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Bianca Nascimento Moraes, Glauce Rejane dos Santos, Silvia Ribeiro Brescia